Inédito: futebol em cadeira de rodas é contemplado com Bolsa Atleta Carioca
Pela primeira vez na história, jogadores de futebol em cadeira de rodas do Rio de Janeiro Power Soccer recebem um investimento vindo da esfera pública. O fato deve ser celebrado porque a modalidade não faz parte dos Jogos Paralímpicos, como é a maior parte dos esportes contemplados por programas como este. Mais de 330 atletas foram contemplados pelo Programa Bolsa Carioca, um investimento da Secretaria de Esporte e Lazer do Governo do Estado do Rio de Janeiro, 27% são para o paradesporto. “Quando a modalidade não é paralímpica, as Federações não recebem recursos diretos governamentais e assim cria desafios constantes de produzir campeonatos e incentivar o esporte de forma mais completa e planejada. Essa é uma contemplação merecida visto que é um time que já conquistou o título mais importante da modalidade, a Champions Cup, contribuindo para colocar o Brasil como referência no esporte”, destaca Bruno Fernandes, Presidente do clube. Atletas do Rio Power Soccer beneficiados pelo Bolsa Atleta Carioca: Bernardo Borges, Daniel Vizeu, Igor Barcellos, Jeronimo Eichler, Lucas Dutra Fernandes, Pedro Henrique e Renato Santana. Profissional da área de TI e acadêmico, Jeronimo Eichler, vê esse marco como uma grande conquista e incentivo para a modalidade e, sobretudo, para o clube, incluindo os atletas da bocha. “Essa iniciativa reconheceu o protagonismo que o clube representa no cenário nacional e sul-americano bem como a importância de uma modalidade que vem crescendo bastante nos últimos anos. É um passo importantíssimo para cada vez mais profissionalizar o esporte e quem sabe um dia estarmos nas Paralimpíadas”, comenta. O clube tem o custo de toda a infraestrutura, equipe, uniforme, viagens e equipamentos. Isso em contar com todos os gastos para manter uma instituição em dia com documentos e afins. É um investimento alto. E, claro, o patrocínio da Assim Saúde é fundamental para manter tudo isso corretamente. No Rio Power Soccer,, o atleta não tem custos para treinar. Mas, sim, há um gasto mínimo de deslocamento, com cuidados de saúde, melhoria de equipamentos do dia a dia, investimento em terapias ocupacionais etc, que contribuem para a qualidade de vida do indivíduo e, lógico, que se for feito vai melhorar o rendimento dele dentro de quadra. O Pedrinho, por exemplo, mora no município de Itaguaí, a 70km de distância do local do treino, “tenho um custo bem alto com gasolina e essa bolsa veio em ótima hora” avalia. “Vejo como uma grande motivação para que cada atleta consiga continuar trilhando seu caminho no esporte, sem dúvida nenhuma uma grande ajuda e um grande incentivo”, reforça o goleiro do time e estudante universitário. O Rio Power Soccer tem quatro títulos brasileiros e uma Champions Cup. Em julho, quatro atletas estão convocados para a primeira fase de treinamento da seleção brasileira de futebol em cadeira de rodas após a pandemia. Será nos dias 23 e 24, na PUC-Rio.
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