Clube fará um protocolo para o calendário 2021 com base em dois treinos-testes. O primeiro foi dia 14/11 e o segundo será dia 28/11, ambos no CIAGA

Foram 36 semanas de treinos exclusivamente onlines até que os atletas pudessem voltar à quadra. Ainda que de forma híbrida, ou seja, uma parte presencial e outra remota, no último sábado, 14/11, uma pequena parte da equipe de power soccer do Rio de Janeiro se reencontrou na quadra do CIAGA (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), na Zona Norte da cidade, enquanto o restante do time acompanhava as orientações do treino por videoconferência.

“Nós nunca imaginávamos que iríamos passar por tudo isso neste ano. Mas, com ou sem competições, o nosso trabalho é manter os atletas em atividade. Já vivemos muitos desafios e a pandemia é mais um que vamos superar com muita resiliência e dedicação de cada membro do clube”, comenta Bruno Fernandes, Presidente do clube que montou uma estrutura de transmissão para que os atletas que ficaram em casa pudesse acompanhar o treino de casa. 

Atualmente, a equipe de futebol em cadeiras de rodas do Rio de Janeiro conta com XX atletas. Desses, três estiverem no primeiro treino presencial após o lockdown. Pedro Henrique, um dos atletas mais antigos do clube acredita que durante este período em casa eles acabaram perdendo um pouco o ritmo de jogo. “Achei muito importante essa volta às quadras para termos ritmo de jogo. Durante todo esse tempo os treinos em casa foram necessários para não termos que voltar do zero e isso foi refletido hoje quando a gente percebeu que não começamos do zero”, vibra o jogador de 21 anos, morador de Itaguaí.

Quem assina embaixo da opinião do Pedro é o jogador Alan Daniel, 42 anos. “Eu diria que a  qualidade do treino não caiu. O treino em casa é justamente para mantermos o ritmo e os fundamentos técnicos para quando tiver o treino presencial a gente não sentir tanto. O treino em casa é um preparativo para o da quadra”, avalia.

Lucas Dutra, 17 anos, destaca o ganho que eles tiveram em casa com espaços reduzidos para treinar. “Os treinos em casa ajudaram muito à percepção de jogo em pequenos deslocamentos, por exemplo no giro e na ré. Era o que dava para fazer com pouco espaço e nós otimizamos isso”.

O clube está elaborando um protocolo para 2021 até que a vacina seja liberada para a população. Depois de uma longa etapa só com treinos remotos, o passo para o treino híbrido foi feito com muita cautela e respeito à opinião dos atletas e de seus familiares. “Tecnicamente, estou muito orgulho do que vi em quadra, eles responderam a todos os estímulos que demos nos treinos online. O entendimento e a percepção de jogo depois desses quase nove meses são outros, a gente viu que eles podem fazer muito mais do que a gente imaginava até o período pré-pandemia”, avalia Jaime Torres, Técnico do RJPS.

Rafael Lellis, 29 anos, foi um dos XX atletas que acompanhou tudo pela viodechamada. “Como foi a primeira vez até acertar as câmeras no melhor ângulo nós que estávamos de casa perdemos os primeiros minutos mas quando a imagem ficou boa foi ótima a interação, parecia que estávamos em quadra. Durante o treino, acompanhamos o que nossos colegas de equipe fizeram para fazer depois, sozinhos, em casa. Nos comunicamos com o técnico, que estava com fone de ouvido sem fio, e tiramos dúvidas”, descreve.