Com os devidos cuidados de prevenção à contaminação do coronavírus, clube volta a oferecer treinamento 3x por semana na quadra do CIAGA

231 dias. 33 semanas. Sete meses e 17 dias. Esse foi o tempo em que a equipe de bocha paralímpica do Rio de Janeiro Power Soccer treinou por videoconferência durante o período mais crítico da pandemia da Covid-19. O retorno aos treinos presenciais aconteceu no último dia 24 de outubro na quadra do CIAGA (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), na Zona Norte da cidade, com a presença de quatro atletas e o cumprimento de todos os protocolos de segurança.

“Nós nunca paramos de treinar. Os atletas têm encontros individuais com suas técnicas e nós temos uma reunião semanal por Zoom com presença obrigatória. Entregamos kits nas casas dos atletas e até calhas para atletas novos que retomaram à prática esportiva durante a pandemia. Mas chegou um momento em que pesa para atletas de nível de seleção como o Lucas Araújo (que esteve nos Jogos Rio 2016) o encontro presencial. Então estudamos muito bem como voltar com segurança e demos a opção para quem quisesse retornar voluntariamente”, comenta Bruno Fernandes, Presidente do clube.

No último encontro antes do lockdown, a equipe contava com 13 atletas e estava se organizando para ir disputar o Regional Leste, na cidade de Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, no início de abril. Durante a pandemia, 3 novos atletas ingressaram na equipe. Mas, nesta retomada, cada treino terá no máximo quatro atletas. Para contemplar o máximo de atletas, são oferecidos três dias de treino por semana. E várias medidas de segurança foram tomadas como limpeza do piso da quadra, instalação de um totem de álcool gel, dois tapetes sanitizantes, uso obrigatório de máscaras, distanciamento na quadra e permissão apenas de um acompanhante por atleta.

Atleta Lucas Araújo em treino

Lucas Araújo, da classe BC2, treina diariamente no quintal de casa e vê esse retorno como fundamental para fazer ajustes. “Só presencialmente a gente consegue perceber uns detalhes que não dá para a técnica ver no vídeo”, afirma o atleta que mora na cidade de Maricá.

Essa é uma opinião comum a todos os atletas. Por exemplo, o campeão das Paralimpíadas Escolares 2019, Lucas Dutra, BC3, confessa que estava com saudades desse contato físico. “Me diverti muito e estava sentindo falta disso. Tecnicamente, vi alguns fundamentos que não dava para ver na quadra improvisada na sala de casa”, reforça.

Embora, o clube tenha dado todas as condições para a gente treinar em casa, o presencial é sempre melhor. Um grande diferencial é poder realizar pequenos jogos com nossos atletas de equipe”, avalia Paulo Henrique, da classe BC2. 

Essa retomada teve um significado especial para cada atleta e para a novata o clube, Nathalia Brandão, BC3, não foi diferente. A atleta começou a treinar no Rio Power Soccer durante a pandemia e até o momento só conhecia os atletas pelos encontros virtuais. “Essa volta aos treinos depois disso tudo é muito importante ainda mais pra mim que estava seis anos sem praticar a bocha por causa de alguns problemas pessoais. Eu amo a bocha e quero ter uma carreira bem longa, com muito trabalho e sucesso”, desabafa a jovem atleta de Niterói.